Formação & Desenvolvimento

Não falo assim só porque sim! Os 3 estádios para o desenvolvimento de interações construtivas

08/03/2021
Não falo assim só porque sim! Os 3 estádios para o desenvolvimento de interações construtivas

por Paulo Silva *

Parece consensual a ideia de que uma das componentes mais relevantes para o alcance do sucesso (seja lá o que isso for para cada um) nas diferentes áreas da nossa vida está relacionada com a forma como comunicamos ou, de forma mais abrangente, como interagimos com as outras pessoas. E se é certo que alguns parecem ter muito sucesso nestes processos, outros há que continuam à procura da receita que teima em não aparecer.

Não nos movendo a intenção de apresentarmos a receita milagrosa (até porque consideramos que a mesma não existe), apresentamos os 3 níveis de consciência sobre o assunto, para que, cada um possa, através deste exercício, delinear as suas próprias estratégias para passar a desenvolver processos de interação de outro nível.

Nível 1 – Centrado em si mesmo

Influenciadas pelo ditado popular “trata os outros da mesma forma que gostarias de ser tratado”, muitas pessoas desenvolvem processos de comunicação e interação humana assumindo que as outras pessoas tendem a valorizar coisas e ter necessidades próximas ou semelhantes às suas e que, por isso, apreciarão um registo de interação semelhante ao que gostam que os outros estabeleçam consigo.
Se, por exemplo, apreciam pormenores, justificações, dados e evidências, terão tendência a serem minuciosas, explicativas, estruturadas e organizadas no seu processo de interação. Se, por outro lado, apreciam objetividade, rapidez, diretividade, terão tendência a irem diretas ao assunto, sem grandes rodeios ou justificações. Se apreciam histórias, assuntos paralelos, experiências e novidades, terão tendência a partilhar as suas próprias experiências, com histórias paralelas, partilhando novidades e assuntos que, porventura, não estejam diretamente relacionados com o tema em assunto. Se gostam mais de ouvir do que falar, de observar e de conexão, tenderão a falar menos, e a valorizar aspetos que incluam, também, uma componente mais humana e menos instrumental.
Não raras vezes, as pessoas que se situam neste nível de interação humana, ficam frustradas e, até, surpreendidas com o insucesso dos seus processos de comunicação, relegando a responsabilidade desse insucesso para os outros.

Nível 2 – Centrado no outro

Quando tomam consciência de que permanecer no nível 1 acaba por não possibilitar os resultados desejados, muitas pessoas passam para o registo completamente oposto, transformando o ditado popular para a versão “trata os outros como eles gostam de ser tratados”.
No fundo, trata-se de centrar o processo de comunicação e interação, atendendo quase exclusivamente às necessidades e às coisas que o outro valoriza.
Apesar de, aparentemente, esta estratégia produzir efeitos, sobretudo porque estamos a ir ao encontro do registo comportamental da outra pessoa, acabamos por, sobretudo quando o registo é significativamente diferente do nosso, criar uma espécie de “persona”, deixando de sermos nós próprios.
Na verdade, acaba por haver uma certa dissociação entre o nosso perfil comportamental natural e o perfil comportamental que estamos a adotar, contribuindo para uma incongruência interna que acaba por não ser equilibrada. Em nome do sucesso transformamo-nos em alguém que não somos e isso tem implicações no nosso estado emocional e mesmo físico.

Nível 3 – Centrado na interação

Este nível de interação humana pressupõe não tratar os outros da forma que gostamos de ser tratados, nem tratá-los apenas da forma como eles gostam de ser tratados. Em vez de falarmos de “tratar” os outros, utilizamos a expressão interagir com os outros, tendo em consideração o nosso perfil comportamental e o perfil comportamental dos outros.
Quem já está neste nível tem consciência de que “nós não vemos as coisas como são, mas sim como somos”, como dizia Anaïs Nin, e, por isso, compreende que não pode centrar a interação em si mesmo. Também já compreendeu que deixar de ser ele próprio para ir ao encontro do outro pode contribuir para resultados a curto prazo, mas não sustentáveis.
Assim, este nível pressupõe a capacidade de se conhecer a si próprio, a capacidade para identificar o registo comportamental do outro e, muito importante, identificar zonas de interseção (qual diagrama de Venn), centrando o processo de interação numa área próxima dessas zonas de interseção. É uma espécie de” ir ao encontro do outro sem sair demasiado do meu registo”.

É a partir daqui que desenvolvemos processos de interação harmoniosos, respeitando-nos e respeitando o outro, contribuindo para resultados sustentáveis

Uma das ferramentas mais interessantes que conheço para elevar o nível da comunicação e interação humana é a DISC.

Se desejar elevar o seu patamar neste domínio, convido-o/a a explorá-lo diretamente comigo, na próxima edição do Curso Online “Comunicação e Interação Humana com Ferramenta DISC”.



* Paulo Silva é Mestre em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade do Minho e Licenciado em Educação, com especialização em Recursos Humanos e Gestão da Formação, pela mesma universidade. Possui uma Certificação Internacional em Coaching pela International Coaching Communnity (ICC) e uma Certificação Internacional de Practitioner em PNL (Programação Neuro Linguística) pelo Instituto Holandês de PNL (NTI-NLP). Possui, também uma Certificação Internacional como Analista de Perfil Comportamental DISC pelo InterDisc.Tem desenvolvido, ao longo dos cerca de 20 anos de experiência profissional, atividade enquanto consultor de empresas e de outras organizações na área da formação e das várias áreas do desenvolvimento organizacional. Tem, também, ministrado formação em diversos domínios, destacando-se a área de gestão de recursos humanos e desenvolvimento humano. Durante uma parte significativa da sua experiência profissional, tem assumido a responsabilidade de gestão de equipas.Integra o Departamento de Formação & Desenvolvimento da TecMinho.

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